Arquitetura da Felicidade



No livro A Arquitetura da Felicidade, do filósofo suíço Alain de Botton, ele escreve sobre a harmonia da arquitetura e sua relação com as pessoas.

O filósofo chama a atenção de como as pessoas são profundamente influenciadas pela arquitetura à sua volta, seja a do lar, a do ambiente de trabalho ou mesmo a das ruas. O estilo e a aparência de cada construção afeta, de alguma maneira, o humor, a sensibilidade e até a personalidade dos seres humanos. Ele nos convida a abrir os olhos para essa curiosa relação, raramente percebida.

Ele acredita que o ambiente afeta as pessoas de tal modo que não seria exagero dizer que a arquitetura é capaz de estragar ou melhorar a vida afetiva ou profissional de alguém.

Uma de suas teses diz que o que buscamos numa obra de arquitetura não está tão longe do que procuramos num amigo. Ao construir uma casa ou decorar um cômodo, as pessoas querem mostrar quem o são, lembrar de si próprias e ter sempre em mente como elas poderiam idealmente ser. O lar, portanto, não é um refúgio apenas físico, mas também psicológico, o guardião da identidade de seus habitantes.

Seguindo esse raciocínio, o autor conclui que quando alguém acha bonita determinada construção, é porque a arquitetura reflete os valores de quem a elogia. Afinal de contas, uma simples fachada pode ser acolhedora ou ameaçadora, humilde ou esnobe, aristocrática ou religiosa, pode relembrar o passado ou apontar para o futuro. Cada obra de arquitetura mostra uma visão de felicidade.


*Artigo de Franco Guizetti